domingo, 17 de novembro de 2013

Igreja Presbiteriana (EUA), Igreja Cristã Reformada da América do Norte, Igreja Reformada da América e a Igreja Unida de Cristo-Igrejas evangélicas passarão a reconhecer batismo católico

Igreja Cristã Reformada da América do Norte, Igreja Reformada da América e a Igreja Unida de Cristo-Igrejas evangélicas passarão a reconhecer batismo católico



batismo

A cerimônia ecumênica em Austin, Texas, marca o fim de quase sete anos de debate onde as igrejas evangélicas mencionadas reconhecerão o batismo católico e vice-versa.
Líderes da Igreja Católica, Igreja Presbiteriana (EUA), Igreja Cristã Reformada da América do Norte, Igreja Reformada da América e a Igreja Unida de Cristo, selarão o “Acordo Comum de Reconhecimento Mútuo do Batismo”. A decisão é histórica e causa desconforto entre os protestantes dos Estados Unidos. O anúncio vem quase 500 anos depois que a Reforma Protestante dividiu a igreja no mundo todo.
O bispo católico Joe Vasquez, da Diocese de Austin declarou em uma entrevista que esse esforço “é parte de nossa resposta à oração onde Jesus pede que sejamos todos um”.
Desde 2002, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos mostrou preocupação com certas práticas batismais distintas e fórmulas verbais (em nome do Criador, Redentor e Santificador) usado por alguns segmentos cristãos. Isso levou os bispos americanos a estudar com outros cristãos a compreensão mútua do batismo. As questões foram analisadas e resolvidas na Reunião Para o Diálogo, promovida pela Igreja Católica Romana dos EUA, que elaborou a primeira versão do acordo.
O documento foi aprovado em 2008 pela Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana (EUA) e em 2010, aceito pelos órgãos diretivos da Igreja Cristã Reformada da América do Norte, da Igreja Reformada da América e da Igreja Unida de Cristo.

quinta-feira, 21 de março de 2013


Um Papa chamado Francisco! Reflexão do Cardeal Odilo Scherer

Arcebispo metropolitano de São Paulo“Várias surpresas deixaram desconcertados os ‘vaticanistas’ mais experientes”
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo metropolitano de São Paulo

Um Papa chamado Francisco! Reflexão do Cardeal Odilo Scherer
“O Espírito Santo não dorme!”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer
Quanta coisa eu gostaria de escrever neste breve artigo! Antes de tudo, louvor à Providência de Deus, que não deixa faltar pastores à sua Igreja que a conduzam conforme o coração de Cristo. Logo após a eleição do novo Papa, ainda na Capela Sistina, os cardeais cantaram a plenos pulmões o hino de louvor à Santíssima Trindade – Te Deum laudamus! Muitos tinham lágrimas nos olhos.
A Igreja recebeu um novo Sucessor de Pedro para conduzi-la nos caminhos do Evangelho e para animar todos os seus membros no testemunho da salvação de Deus, manifestada a toda a humanidade por meio de Jesus Cristo. Participei pela primeira vez de um Conclave e posso dizer que foi ocasião para uma experiência eclesial única e profunda! Pude perceber a sincera busca do melhor para a Igreja e sua missão. O Espírito Santo não dorme!
Antes de entrar no Conclave, rezamos muito, tratamos com franqueza, respeito e profundo senso de responsabilidade as questões que precisavam ser tratadas em vista da escolha do novo pontífice. O clima no Colégio Cardinalício era sereno e fraterno. A entrada em Conclave, com o canto da ladainha de todos os Santos e da especial invocação do Espírito Criador – Veni Creator Spiritus – foi o início de um ato continuado de oração, que durou até à escolha do novo Papa. Para tudo isso, não podia haver espaço mais apropriado que a Capela Sistina, com os esplêndidos afrescos de Michelangelo, especialmente da grande cena do juízo universal.
Eleito o cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, ele escolheu o nome de Francisco, em memória a São Francisco de Assis. Várias surpresas deixaram desconcertados os “vaticanistas” mais experientes: um Papa não-europeu, já nem tão jovem, um latino-americano da Argentina, o primeiro Papa jesuíta, que toma o nome de Francisco ainda não usado por nenhum pontífice anteriormente! Bem que Jesus disse: o Espírito Santo sopra onde quer e ninguém sabe de onde seu sopro vital vem, nem para onde vai… Precisamos todos estar atentos à sua ação, deixando-nos conduzir por ele!
Certamente, Francisco é um nome muito indicativo das características que o novo Papa quer dar ao seu pontificado. São Francisco tinha sido um pecador, dado às vaidades do mundo; mas encontrou a misericórdia de Deus e se voltou inteiramente ele: “meu Deus e meu tudo!”. A partir de sua conversão, procurou viver o Evangelho em profundidade, cultivando a comunhão com Deus e desejando voltar-se sempre mais para Cristo, a ponto de ser chamado de “homem inteiramente cristificado”.
Não é esse mesmo o apelo que a Igreja recebe e faz a todos, desde há mais tempo?! Conversão para um renovado encontro com Deus, um discipulado verdadeiro, para a santidade de vida através da comunhão profunda com Deus, deixando-se abraçar e amar por ele? Na sua primeira Missa com o Colégio Cardinalício, no dia seguinte à sua eleição, o Papa Francisco observou que, sem essa comunhão profunda com Deus e a identificação com Jesus Cristo “crucificado”, sem confessar o seu nome, a Igreja não passa de uma “ONG piedosa”… Na Basílica de São Francisco, em Assisi, há uma bela escultura do Santo abraçado aos pés do Crucificado, que baixa a mão direita para abraçar Francisco.
Mas não é só isso: tendo conhecido a misericórdia e o amor infinito de Deus Pai, São Francisco passou a reconhecer, em cada criatura, um irmão e uma irmã; sobretudo nos homens e mulheres, buscando viver com todos a fraternidade universal, sem excluir ninguém. Coração livre, ele podia amar a todos de coração inteiro e puro. Amou, sobretudo, os doentes (o leproso!), os pobres, os pecadores, os supostos “inimigos”; conseguia dialogar com os “diferentes”, sem mais nenhum dos preconceitos que regulam, geralmente, as relações humanas. Que grande desafio para a Igreja e a humanidade inteira!
Outra dimensão nada secundária na escolha do Papa Francisco: após sua conversão, o Santo de Assis ardia pelo desejo de falar a todos do amor misericordioso de Deus: “O Amor não é amado, o Amor não é amado!” – saiu a gritar pelas ruas e as pessoas acharam que estivesse louco. Louco de amor a Deus! Havia compreendido a loucura de Jesus Cristo crucificado e que era preciso anunciar a todos essa bela notícia. Assim, São Francisco enviou seus frades como missionários em todas as direções. E essa dimensão missionária urge mais do que nunca em nossos dias.
Papa Francisco já entrou no coração do povo. Deus o ilumine e fortaleça! Deus abençoe toda a Igreja e a humanidade inteira através do seu ministério petrino, como servidor das ovelhas do Supremo Pastor! E São José, que festejamos no dia da inauguração solene de seu pontificado, interceda paternalmente pelo Papa Francisco.

domingo, 10 de março de 2013


Nós, alunos da PUC, presenciamos um evento inédito na história da universidade. Um ato heroico.

Era dia 22 de fevereiro de 2013. O cardeal Dom Odilo Scherer, como Grão-Chanceler da PUC de São Paulo, estava pronto para uma missa, celebrando a Festa da Cátedra de São Pedro na capela da Universidade. Em outros lugares o fato poderia significar pouco. Na PUC, marcada por protestos e vandalismos de grupos radicais, qualquer ato do cardeal poderia servir de pretexto para os agitadores armarem uma manifestação.
Cheguei ao campus esperando ver os melhores sem convicção alguma e a cerimônia da inocência afogada, exatamente como nas palavras de William Butler Yeats. Os fatos mostraram que eu não poderia estar mais errado. Presenciei, pela primeira vez, um ato de heroísmo na minha universidade.
Era um dia de chuva, e chegando à PUC, um amigo meu começou a se perguntar se haveria mesmo alguma manifestação para atrapalhar a missa de Dom Odilo. Outro amigo garantiu que algo grande aconteceria, ele só não sabia ao certo o que seria. Lá em baixo, descendo, nós pudemos ver diversos de manifestantes – alguns não eram alunos da PUC – gritando, não só contra a Reitora da Universidade, mas contra o Bispo e contra a Igreja Católica.
Subimos para assistir à missa, e me surpreendi novamente: dentro da Igreja, centenas de fiéis (não digo metaforicamente, eram literalmente centenas) se juntaram para assistir a missa. Além de alunos da PUC, alguns funcionários, seminaristas, professores e pessoas de grupos como Shalom estavam presentes.
Na porta, os manifestantes se reuniram empunhando cartazes ofensivos, alguns com esparadrapos e outros com panos no rosto, querendo intimidar quem ia assistir à missa e protestar na porta da Igreja. Alguns entraram para protestar dentro da Igreja. Outros não entraram, impedidos pela grande quantidade de fiéis na porta.
Dom Odilo Scherer chegou discretamente. Nesse momento começou a chover muito, e a tempestade afastou muitos dos manifestantes que estavam do lado de fora. Com uma serenidade ímpar, Dom Odilo começou a missa pedindo para rezarmos pela reitora e pela conversão dos jovens da PUC. Defendeu o Papa Bento XVI ressaltando que o pontífice renunciou por coragem, que se sacrificou pelo bem da Igreja. Lembrou que “em uma Universidade Católica, estamos ligados à Cátedra de São Pedro”.
A homília foi longa, deve ter sido de quase uma hora. O cardeal comparou as dificuldades de hoje com um deserto, e lembrou que Jesus é o caminho e que, se quisermos que nossa vida tenha significado, devemos lembrar do sacrifício Dele. Lembrou-nos novamente de São Pedro e disse: não fiquem abalados, os que se intimidam não tem um fundamento forte o bastante, vocês não podem ter medo de lutar por Deus.
Três mascarados – um sujeito mais velho e duas mulheres –, entre os que estavam protestando, permaneceram ao longo de toda a missa. Esses não falaram nada, mas queriam chegar perto da eucaristia. Felizmente foram advertidos e impedidos de cometerem um sacrilégio ou de atrapalharem a missa.
No momento em que eu estava imaginando uma saída segura ou prevenida do Cardeal, terminada a missa, ele empunhou seu báculo e disseram que ele sairia pela porta da frente. A chuva já havia parado e os manifestantes haviam se reunido novamente na porta da Igreja. Dom Odilo saiu em procissão, com os sacerdotes que o acompanhavam, pelo meio da manifestação contrária, segurando a Cruz Sagrada, com cantos católicos e orações.
O pessoal que tanto protestou – não vou falar em jovens, pois muito ali já passaram da idade – ficou estupefato com a atitude corajosa de Dom Odilo. Acompanhado por vários fiéis, o cardeal parou em frente à cruz do pátio central da Faculdade, onde estava reunida a maior parte dos manifestantes revoltados, o mesmo lugar da manifestação violenta contra o Papa Bento XVI.
Com muita coragem e uma calma miraculosa, Dom Odilo, cercado de cartazes contra a Igreja, começou a rezar por aqueles que tanto demonstraram ódio por ele. Pediu paz, e falou em tolerância religiosa para lembrar que aqueles que dizem marchar pela tolerância facilmente se tornam arautos de intolerância contra os católicos.
Uma boa parte dos manifestantes ficou impressionada com a atitude de Dom Odilo, que clamava paz e era ouvido com silêncio. Os muitos católicos ocuparam um bom espaço em volta do pátio e se manifestaram em apoio aos sacerdotes, cantando e rezando. A revolta contra Dom Odilo esfriava com suas palavras.
Nesses momentos os mais radicais demonstravam uma raiva verdadeiramente macabra. Não é errado dizer que alguns estavam alucinados e cegos de ódio. Gritando, na melhor das hipóteses, coisas sem sentido como “Viva Hare Krishna!” e a “Ditadura voltou!” e em alguns casos acusações malucas contra o Papa – pelo visto um agente da CIA, pago para derrotar “amantes da liberdade” como Ahmadinejad e Hugo Chávez. E quando os sacerdotes e católicos já tinham ido embora, os revoltados começaram a gritar coisas como “golpistas não passarão”, reforçando a atmosfera ridícula que cercava os mais fanáticos.
Se a manifestação era para ser “oficialmente” contra a reitora nova, ficou claro que muitos dos agitadores (alguns vinculado a partidos comunistas) estavam interessados mesmo é em atacar o cardeal, a Fé e a Igreja. Trazendo pessoas de fora, utilizando algumas câmeras e conversando com jornalistas ele tentaram vender a ideia de que “os alunos da PUC se revoltaram contra o cardeal”. Os vários jovens católicos, em pé na Igreja para a missa de Dom Odilo, evidentemente ficarão de fora de tais reportagens, embora apareçam muito nas fotos dos cidadãos comuns que estiveram lá.
Contrastando imensamente com o maquiavelismo dos mais revoltados, Dom Odilo começou a pregação no pátio com o Credo Niceno-Constantinopolitano (a música mais bonita do mundo no modo III em canto Gregoriano). Foi impossível não lembrar uma das pessoas que mais lutaram por essa profissão de fé: São Gregório de Nazianzo, que quase só, enfrentou com tanta bravura – que só pode ser proveniente de Deus – uma multidão de bispos e de autoridades hereges, serviu de último baluarte de Roma em Constantinopla e foi fundamental para recristianizar quase todo o oriente.
É esse tipo de coragem que rezo para ver nos corações dos nossos cardeais, especialmente em época de Conclave. Perto dessas grandes batalhas o ato de Dom Odilo parece muito pouco, e é verdade que não sabemos se o cardeal terá forças para lutar até o fim.
Só que coisa é certa: nós, alunos da PUC, presenciamos um evento inédito na história da universidade. Um ato heroico. Fico honrado em ter acompanhado de perto este acontecimento, e espero que muitos tenham recebido, no mínimo, uma centelha da esperança que Dom Odilo tentou passar. Neste dia ele fez serem lembradas, em sua fala e especialmente em seus atos, as palavras do Evangelho:
"Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós." João 15:18

"Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem." Mateus 5:44

"Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.

Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á." Mateus 16:24-25
  



Papável brasileiro convence com carisma e naturalidade



Vestido quase como um Papa - com mitra dourada e casula rosada - o papável brasileiro, cardeal Odilo Pedro Scherer, convenceu neste domingo, durante a missa que celebrou em uma igreja romana, com o dom de sua palavra, sua alegria e simplicidade.
O arcebispo de São Paulo, 63, acostumado a se dirigir a milhões de fiéis por comandar a maior diocese do mundo, poderá se tornar, esta semana, o primeiro Papa das Américas.
Dom Odilo tem muitos pontos a seu favor para se tornar o sucessor de Bento XVI: lida bem com a imprensa, é espontâneo, poliglota, tem sangue europeu e coração brasileiro.
Quando chegou, acompanhado de 20 religiosos, à igreja barroca de Santo André do Quirinale, uma das obras-primas da arquitetura, por sua cúpula suntuosa, Dom Odilo estava resplandecente.
"Acho que ele tem muitas chances de se tornar Papa", disse a jovem brasileira Bianca, que assistiu à missa com o filho.
"Para mim, ele se parece com Wojtyla (João Paulo II), tem o mesmo estilo, a mesma força. Oxalá seja eleito", comentou uma jovem italiana.
Mais de 200 pessoas, entre elas italianos e jornalistas, encheram o templo desenhado por Bernini, com suas colunas de mármore rosadas.
"É um momento muito bonito para a Igreja, todas as igrejas de Roma estão em festa pela presença dos cardeais. Convidamos os senhores a rezar pelo conclave", disse um sorridente dom Odilo, em um italiano perfeito, após saudar publicamente, em português, o embaixador do Brasil no Vaticano.
O cardeal, alinhado à postura de Bento XVI contra a Teologia da Libertação, é apontado pela imprensa italiana como candidato da influente Cúria Romana.
"É domingo da Quaresma, Deus é misericordioso com todos. É tempo de perdão, de reconciliação", disse, ao explicar a parábola de São Lucas, em tom claro, quase teatral.
"Queremos a paz. Sem reconciliação interna e social entre os povos e as culturas, não pode haver um futuro de fraternidade e paz para a humanidade", clamou, ao concluir a homilia, que poderá ser sua última como cardeal.
A imprensa italiana atribui a dom Odilo pelo menos 30 dos 77 votos necessários no conclave, que começa na próxima terça-feira, com a participação de 115 cardeais.
O cardeal, que conhece as engrenagens do Vaticano, tem bons amigos entre conservadores e progressistas, e, principalmente, é do Brasil, país emergente e com o maior número de católicos no mundo, um elemento que pesa neste momento, com o governo central da Igreja tão desprestigiado por causa de escândalos.
"Rezemos pela Igreja, que enfrenta dificuldades, rezemos pelo Papa emérito, Bento XVI, que guiou o povo de Deus com palavras e obras", pediu o cardeal brasileiro abertamente, enquanto um trio acompanhava a missa com música.
A sóbria missa multiétnica, com religiosos de várias nacionalidades, mas que não desrespeitou os costumes, representa o que muitos hierarcas da Igreja desejam para o futuro desta instituição milenar: um equilíbrio entre o antigo e o moderno, entre a Europa e as Américas, que deixe para trás os escândalos e inicie uma nova era.
Ao fim da missa, dom Odilo chamou ao altar Carmine e Maria, um casal de idosos italianos, para abençoá-los.
"Completam 70 anos de casados. Que Deus os abençoe. Eu não havia nem nascido!", brincou. Ao se despedir, deixou transparecer o nervosismo: "Que Deus nos ajude, e bom domingo."
"Eminência, é verdade que o senhor é o papável número um?", perguntou uma jornalista da TV colombiana na saída de igreja. Dom Odilo se esquivou: "A missa foi muito bonita, não é?"

Às vésperas do Conclave, Dom Odilo Scherer celebra missa em Roma


O cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer, um dos nomes especulados para suceder a Bento XVI na liderança do Vaticano, rezou a missa Pro eligendo pontifice na igreja de Santo André, centro de Roma, na manhã deste domingo. A celebração é um dos últimos preparativos para o início do Conclave, marcado para ter início nesta terça-feira, na Cidade do Vaticano.
Dom Odilo - titular desta igreja desde quando foi criado cardeal, em 2007 - celebrou a missa em italiano. "Precisamos tomar a decisão certa", disse o cardeal de São Paulo. No início, ele saudou em português a presença do embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Almir Sá Barbuda. Jornalistas de diversos países lotaram a pequena igreja, localizada ao lado do Palácio Quirinale, sede da presidência da republica italiana.
Veja trecho de missa celebrada por Dom Odilo em RomaClique no link para iniciar o vídeo
Veja trecho de missa celebrada por Dom Odilo em Roma
Nesta segunda, Dom Odilo participa da ultima congregação geral dos Cardeais antes do inicio do Conclave, na terça-feira. Todos os 115 cardeais eleitores já estão reunidos no Vaticano para dar início ao processo que escolherá o sucessor de Joseph Ratzinger, que renunciou ao Ministério de São Pedro no dia 28 de fevereiro.

sábado, 9 de março de 2013


Jovens rezam pelo conclave e pelo próximo sucessor de Pedro


De modo especialíssimo, a juventude carioca se reuniu na noite desta sexta-feira, dia 9 de março, na Igreja Sant'Ana, no centro do Rio de Janeiro, para rezar pelo conclave, que será iniciado na próxima terça-feira, 12 de março, em Roma. Presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, dom Orani João Tempesta, a 17ª edição da Vigília dos Jovens Adoradores também teve como missão preparar os jovens neste momento quaresmal rumo à Páscoa.

Baseada na Campanha da Fraternidade deste ano, que reflete o tema da juventude e o lema "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6,8), a missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares da arquidiocese do Rio e demais sacerdotes presentes.

À luz do evangelho, dom Orani iniciou sua homilia convidando todos a aproveitarem este momento quaresmal. "A palavra que nós ouvimos nos indica caminhos, direcionamentos em nossa vida e temos a oportunidade de renovar a nossa vida cristã e reavivar este dom de Deus neste tempo abençoado", motivou.

O arcebispo remeteu-se à JMJ Rio 2013 como meio de conversão dos jovens. "Que a Jornada leve cada vez mais os nossos jovens a viverem esta vida de conversão contínua e esse amor a Deus e aos irmãos de maneira muito concreta. Viver este tempo de conversão, que leva justamente à fraternidade, às consequências sociais da nossa fé e nos remeterá também no pós-jornada", disse.

Em clima de comunhão, o presidente da JMJ Rio 2013 pediu aos fiéis que vivessem este clima de cenáculo e rezassem pela Igreja e pela eleição do novo Papa, o sucessor de Bento XVI. Exortou aos fieis a enxergarem com os olhos da fé os acontecimentos. "Nós somos convidados, mediante tantas questões que colocam ao nosso redor, tantas notícias de todos os meios de comunicação e tantas críticas e interpretações, a enxergarmos com os olhos da fé e dizer: nós cremos e é o Senhor que nos conduz", mostrou.

Ao final da missa os jovens encenaram uma peça teatral que abordou como tema a conversão.

Rezando pelo conclave

Logo após a missa, dom Orani presidiu uma Hora Santa e a dedicou ao conclave. Em momento de oração, leitura da Bíblia e louvor a Deus, os jovens puderam rezar pela eleição do novo Pontífice. "A missão do Papa, como sinal de unidade em toda a Igreja, é justamente ser aquele que encontra-se em Jesus Cristo", concluiu.

Os jovens tiveram um momento de estudo do Catecismo Jovem (Youcat) e depoimentos de jovens. O destaque da noite foi a banda de pop rock católico Via 33, de São Paulo e a dupla sertaneja da Comunidade Canção Nova, Rinaldo Rosa e Samuel Ferreira. "Para a gente é uma honra muito grande e um presente de Deus poder ajudar a JMJ e, através do nosso carisma, a rezar pelo conclave", destacou a dupla.

Fonte: Rio 2013

Da redação do Portal Ecclesia.



sexta-feira, 8 de março de 2013


Boletim de Roma, desta sexta-feira, 08 de março

Por Dijanira Silva - Roma





Os cardeais se reuniram , em Roma, pela sétima vez na manhã de hoje
Uma das primeiras afirmações que ele nos deu foi quanto à data da abertura do Conclave. Segundo ele, esta data será divulgada ainda hoje, depois da oitava reunião que acontecerá no final da tarde.
Ouça na íntegra:
Estiveram presentes durante a Congregação desta manhã, 153 Cardeais dos quais 115 são eleitores.

Oficial: Conclave começa dia 12 de março

Conclave

O Colégio Cardinalício tomou a decisão na oitava Congregação Geral realizada na tarde de hoje, às 17h (13h horário do Brasil). Depois de 40 minutos, jornalistas do mundo inteiro, que fazem a cobertura deste momento histórico, tomaram conhecimento do anúncio.Mirticeli Medeiros
Enviada especial a Roma
A Sala de Imprensa Vaticana informou, às 17h40 (13h40 no horário de Brasília), a data do Conclave, o qual se realizará na terça-feira, 12 de março. Na parte da manhã, será celebrada a tradicional Missa Pro Eligendo Pontifice e, à tarde, os cardeais ingressam na Capela Sistina.
Como se realizará o Conclave?
Na manhã do dia 12 de março, será realizada a Missa Pro Eligendo Pontifice, ou seja, uma celebração solene na Basílica de São Pedro que abre oficialmente o Conclave. À tarde, os cardeais ingressam na Capela Sistina e, logo em seguida, o mestre das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice profere a famosa frase latina Extra Omnes, por meio da qual ordena que somente os cardeais eleitores permaneçam para a votação.
Preparação para o Conclave
Em coletiva de imprensa realizada às 13h (9h horas no Brasil), o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, já havia sinalizado que a data do Conclave poderia ser divulgada ainda hoje. Lombardi informou que a Capela Sistina já está sendo preparada para a eleição do novo Papa e será aberta aos jornalistas neste fim de semana.
O porta-voz da Santa Sé também apresentou aos jornalistas imagens exclusivas do local onde os cardeais eleitores ficarão hospedados durante as votações. O edifício Domus Sanctae Martha, que foi construído durante o pontificado de João Paulo II, abrigará os cardeais durante as votações, os quais estão proibidos de manter qualquer tipo de contato  pela internet ou pelo telefone celular. O Vaticano já providenciou, inclusive, bloqueios de comunicação desde que se iniciaram as congregações que antecediam o Conclave e se iniciaram no dia 4 de março.

 

quinta-feira, 7 de março de 2013


D. Odilo está preparado para eleger e à disposição para ser eleito, diz irmão

Arcebispo de São Paulo é 1 dos 5 brasileiros que participarão do conclave.
Gaúcho de nascimento, Scherer cresceu e foi ordenado padre no Paraná.

Dom Odilo Scherer é o grão-chanceler da PUC-SP (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
Dom Odilo Scherer é cardeal arcebispo de São Paulo (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)

Cotado, segundo parte da imprensa italiana, como forte candidato para suceder Bento XVI como Papa, o brasileiro Dom Odilo Scherer dedicou toda a vida à Igreja e ao trabalho com os mais humildes. O sétimo filho, de um total de 13, nasceu em 1949 em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, mas com apenas dois anos de idade já havia se mudado com a família para Toledo, no oeste do Paraná, onde deu início à trajetória na Igreja Católica
Atualmente, Dom Odilo Scherer é Arcebispo da cidade de São Paulo e um dos 115 cardeais que irão participar da escolha do novo Papa, em conclave que ainda não tem data definida. O nome dele figurou em reportagens de jornais internacionais que apontam para uma articulação para escolher um nome da América Latina para o cargo de chefe da Igreja.
Dom Odilo foi criado cardeal, em 2007, por Bento XVI (Foto: Reprodução/RPC TV)Dom Odilo tornou-se cardeal em 2007 nomeado 
por Bento XVI (Foto: Reprodução/RPC TV)
Para Flávio Scherer, irmão de Odilo, as especulações têm sido recebidas com muita cautela, tanto pelo cardeal, quanto pelos parentes dele. Flávio atribui a possibilidade a um trabalho que não se resume apenas à trajetória religiosa de Dom Odilo, mas também à tradição da família, bastante ligada à Igreja. “Desde pequeno ele teve essa vocação, mas nós temos também muitos religiosos, sacerdotes e bispos na família. O bom exemplo foi construído através das gerações, tem uma preparação toda, mas desde que ele decidiu efetivamente seguir essa carreira, nós demos toda a força”, disse Flávio em entrevista ao G1.
“Ele está preparado para ajudar a eleger o futuro Papa, e também está à disposição para ser eleito, mas sem essa pretensão."
Flavio Scherer
Apesar do contato sempre próximo com a religião, Odilo foi o único dos 13 irmãos que seguiu adiante na carreira religiosa após os estudos em seminários. O sétimo filho de pais de origem alemã estudou em diversas cidades do Brasil e do mundo, e viu os irmãos formarem-se agrônomos, médicos, professores, engenheiros, dentre outras profissões. “Ele sempre foi um grande defensor das causas da Igreja”, atesta o irmão Flávio.
Flávio contou que toda a família aguarda o conclave com expectativa, mas não apenas por Odilo ser um dos cotados a se tornar o novo Papa. Para eles, só o fato de o irmão participar de um processo dessa importância já é motivo de muito orgulho. “Ele está preparado para ajudar a eleger o futuro Papa, e também está à disposição para ser eleito, mas sem essa pretensão. Claro que seria uma honra, ter o dedo de Deus, de Jesus, diretamente indicando que é esse que Ele quer”, disse.
A hipótese de a fumaça branca do conclave anunciar o nome de Odilo é pensada como “remota”, e para Flávio aconteceria apenas se houvesse uma mudança de postura da Igreja em eleger um nome de fora da Europa. Por via das dúvidas, os familiares já estão providenciando documentos e passaporte para a Itália, mas Flávio garante que não há ilusão. “Quando for anunciado o nome, a posse já deve ser três dias depois. Então, pode ficar corrido. Ainda mais se for brasileiro – vai faltar passagem”, brincou.
Dom Odilo fala na Catedral da Sé (Foto: Carolina Iskandarian/G1)Dom Odilo fala na Catedral da Sé, em São Paulo (Foto: Carolina Iskandarian/G1)
Infância
A chegada da família Scherer ao Paraná coincidiu com a criação do município de Toledo, em 1951. Eles estiveram entre os pioneiros da cidade, que nasceu com a grande exploração de madeira para ser exportada. Mas o sustento dos Scherer vinha principalmente da agricultura. Neste processo, Odilo e os demais irmãos eram importantes para ajudar os pais na lavoura, mas Flávio garante que era por gosto que eles o faziam.  “Era uma tradição, os filhos de agricultores ajudarem os pais, mas a gente dava nossa contribuição  porque não admitíamos que o pai e a mãe trabalhassem no duro e nós ficássemos folgando”, lembra Flávio.
Esse contato com a agricultura despertou em Odilo grande parte da proximidade que ele possui com a natureza, algo que o cardeal procurou manter em todos os lugares onde esteve. “Por onde o Odilo passou, ele cultivou muitos hábitos – de ter sempre um pomar, hortas com produtos orgânicos. Isso faz parte do dia a dia dele, e esses hábitos de simplicidade nunca fizeram com que ele esquecesse a sua origem”, conta o irmão, que garante ainda que isso nunca impediu Odilo de conviver cm personalidades e a alta hierarquia da Igreja. “Ele estudou muito e aprendeu muitas línguas. Odilo viveu no interior da França e da Alemanha, aprendeu inglês na Irlanda, desenvolveu o espanhol, o italiano, e as línguas usadas na Igreja, como o latim, o grego e o hebraico”, afirmou Flávio.
Os estudos, aliás, foram sempre presentes na vida de Dom Odilo. Paralelamente à Igreja, o cardeal atuou como professor e reitor em diversas instituições de ensino e contribuiu com a formação de diversos jovens seminaristas. Com mestrado em Filosofia e doutorado em Teologia feitos em Roma, o cardeal exerceu ainda cargos importantes na Cúria da Igreja no Vaticano. “Ele trabalhou diretamente com João Paulo II, e os cardeais que hoje estão aí foram colegas de trabalho dele”, lembrou o irmão.
Flávio Scherer guarda diversas lembranças do irmão, que pode virar papa (Foto: Reprodução/RPC TV)Flávio Scherer guarda diversas lembranças do irmão, que pode virar papa (Foto: Reprodução/RPC TV)
Flávio lembra de um episódio no dia em que ele foi ordenado padre – 7 de dezembro de 1976. “No fim, teve os cumprimentos, e está lá o nosso vovô materno, Miguel, que na época tinha 77 anos. Ele se ajoelhou diante de Odilo e beijou a mão. O Odilo disse para ele se levantar, mas ele se negou, dizendo que aquelas mãos eram ungidas, sagradas, e que fariam um grande bem para muitas pessoas”, recordou Flávio.
O irmão de Odilo ainda guarda boas lembranças de atitudes do cardeal, que abriu mão das heranças do pai e da mãe em favor daqueles irmãos que cuidaram com mais proximidade de ambos, enquanto ele esteve morando longe em virtude das atribuições profissionais.
Confira a trajetória de Dom Odilo Scherer:
Presbiterado
A nomeação como presbítero ocorreu no dia 7 de dezembro de 1976, feita em Toledo por Dom Armando Círio. Na função, foi reitor e professor no Seminário Diocesano de São José, em Cascavel, entre 1977 e 1978, no Seminário Mãe da Igreja, em Toledo, entre 1979 e 1982, professor de filosofia na Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busatto, em Toledo, entre 1985 e 1994, professor de teologia no Instituto Teológico Paulo VI, em Londrina, em 1985, Vigário Paroquial e Cura da Catedral Cristo Rei, de Toledo, entre 1985 e 1988, Reitor do Seminário Teológico de Cascavel entre 1991 e 1992, Reitor do Seminário Diocesano Maria Mãe da Igreja em 1993, Membro da Comissão Nacional do Clero da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entre 1985 e 1988, membro da Comissão Teológica do Regional Sul II, entre 1992 e 1993, Oficial da Congregação para os bispos na Cúria Romana entre 1994 e 2001.
Família Scherer foi uma das pioneiras da cidade de Toledo, no Paraná (Foto: Reprodução/RPC TV)Família Scherer foi uma das pioneiras da cidade de Toledo, no Paraná (Foto: Reprodução/RPC TV)
Episcopado
A nomeação como Bispo-Titular de Novi e auxiliar de São Paulo veio no dia 28 de novembro de 2001. A Ordenação Episcopal de Dom Odilo Scherer foi sagrada pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 2002, e a posse ocorreu no dia 9 de março do mesmo ano. A nomeação como o sétimo Arcebispo de São Paulo – a terceira maior Arquidiocese Católica Romana do mundo – aconteceu no dia 20 de março de 2007, feita pelo então Papa Bento XVI.
No episcopado, Scherer foi Bispo Auxiliar de São Paulo entre 2002 e 2007, secretário-geral da CNBB entre 2003 e 2007, secretário-geral adjunto da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em 2007. Atualmente, é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB e presidente da Regional Sul 1 da mesma entidade.
Cardinalato
No dia 27 de novembro de 2007, Odilo Scherer foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI, no Consistório de 2007, na Basílica de São Pedro. Entre os departamentos que compõem a Cúria Romana, ele é membro da Congregação para o Clero da Comissão Cardinalícia de Vigilância do Instituto para as Obras de Religiões, do XII Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo dos Bispos, do Pontifício Conselho para a Família, da Pontifícia Comissão para a América Latina, e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.