terça-feira, 13 de junho de 2023

Formação Pascom

Os quatro eixos da Pastoral da Comunicação (Pascom)

Como já falamos por aqui, a Pastoral da Comunicação - ou Pascom - é a Pastoral que liga todas as outras e está presente no cotidiano da Igreja, nos eventos e na manutenção da comunicação com os fiéis. É a Pastoral da acolhida, da união e da propagação dos valores Cristãos através de diversas ferramentas facilitadoras.

Para desenvolver um bom trabalho, a Pascom deve fazer parte de uma política global que gere comunhão e interatividade, alicerçada em quatro eixos: Formação, articulação, produção e espiritualidade.

Vamos explicar cada um deles.

1- Formação: uma boa Pascom deve ser composta por pessoas comprometidas com seus objetivos e alinhadas à propagação da palavra de Deus. O desenvolvimento e engajamento de líderes e agentes pastorais é crucial para que os mesmos desenvolvam e executem projetos teoricamente embasados, tecnicamente atualizados e eticamente comprometidos. É dever da Pascom promover os treinamentos e aprimoramentos para os membros de todas as outras Pastorais.

2- Articulação: A articulação se propõe a animar e envolver os agentes culturais, pastorais e comunidade em geral para que conheçam e se comprometam com ações concretas e integradas com os processos e meios de comunicação para o anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo. Faz parte da articulação os trabalhos de assessoria de imprensa, relacionamento com os fiéis nas redes sociais, promoção de eventos e grupos voltados à vida cristã.

3- Produção: Levar a palavra bíblica para o maior número de pessoas possível, trazendo assim fé e consolo através dos ensinamentos de Cristo é dever de toda Pascom. Hoje em dia, contamos com diversos recursos e meios para propagar as mensagens de Deus, tais como: redes sociais, meios impressos (revistas, folhetos, jornais), vídeos, sites e diversas outras fontes de informação. É importante que a Pascom sempre procure produzir conteúdos relevantes e os propague para toda a comunidade.

4- Espiritualidade: O último e mais importante eixo. Sem a prática e vivência da espiritualidade, o comunicador esvazia-se, fragiliza-se como ser humano e se torna vulnerável às dificuldades que se apresentam ao longo do caminho. O cuidado com a vida pastoral não deve ser momentâneo ou casual. Deve-se espiritualizar todas as atividades em grupo e individuais. Viver a mística da comunicação do Evangelho no dia a dia, entendê-lo e desta forma propagá-lo.

A partir desses quatro eixos, o planejamento e implementação da sua Pascom já podem ser iniciado dentro da Paróquia.

Acompanhe o nosso blog para mais informações e dicas sobre o trabalho das Pascom e de como elas podem atuar dentro das Igrejas e na comunidade Católica.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Nossa Senhora Rosa Mística, em suas primeiras aparições, nos deixa uma mensagem de fé e de esperança para toda a Igreja.
A mensagem de Nossa Senhora Rosa Mística
Nossa Senhora Rosa Mística
Em sua mensagem, Nossa Senhora Rosa Mística nos convida a entrar na dinâmica da graça que animou toda a sua existência terrena. As primeiras aparições da Rosa Mística aconteceram em Montichiari (Montes Claros), na Itália, e deram início à esta devoção, que se espalhou por todo o mundo, conforme foi prometido por ela. Nossa Senhora, que apareceu na noite entre 23 e 24 de novembro de 1946 à irmã Pierina Gilli sob o título de Rosa Mística, nos convida a nos voltar para o seu Coração Imaculado e nele encontrar o espírito de “oração, penitência e sacrifício”, que tanto agrada o Sagrado Coração de Jesus Cristo, seu amado Filho. A mensagem da Rosa Mística aponta, à luz do seu “sim” ao mistério da Encarnação do Verbo1, para o “sim” que somos todos chamados a dizer para a vontade de Deus em nossas vidas. Como a Virgem de Nazaré, somos impelidos pelo Espírito Santo a dizer: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”2. E, movidos também pelo Espírito de Deus, como a irmã Pierina, somos chamados acolher a mensagem da Rosa Mística.
Aos nos deparar com o título de Rosa Mística, podemos pensar em muitas coisas e nos desviar daquilo que é a essência da mensagem das aparições de Nossa Senhora. Para nos livrar deste erro, a própria Virgem Maria, na sua terceira aparição, responde à irmã Pierina: “o nome Rosa Mística não tem, em si, nada de novo. De Rosa Mística fui chamada naquele momento em que meu Divino Filho Jesus se fez homem. Na Rosa Mística está simbolizado o FIAT da Redenção3 e o FIAT da minha colaboração4. Eu sou a Imaculada Conceição, a Mãe do Senhor, a Mãe da Graça e a Mãe do Corpo Místico: a Igreja! A graça do Senhor e a sua misericórdia ainda farão florescer a Rosa Mística na Igreja. […] E, se atenderem ao meu maternal convite, Montichiari se tornará o lugar do qual a luz mística se irradiará para todo mundo. Sim, tudo isso acontecerá!5
Em sua primeira aparição, em 1947, Nossa Senhora aparece com o semblante triste, com um manto roxo e tinha três espadas cravadas em seu peito. Nesta aparição, os lábios da Virgem Maria se abriram somente para dizer docemente: “oração, sacrifício e penitência”, depois ela ficou em profundo silêncio. Na segunda aparição, a Rosa Mística explica o significado dessas três espadas: a primeira espada significa a perda culposa da vocação sacerdotal ou religiosa; a segunda espada, a vida em pecado mortal das pessoas consagradas a Deus; a terceira espada, a traição daquelas pessoas que, ao abandonarem sua vocação sacerdotal ou religiosa, perdem também a fé e se transformam em inimigos da Igreja6.
Nesta mesma aparição, a Virgem Mãe de Deus estava vestida de branco e no peito, no lugar das três espadas, tinha três lindas rosas, nas cores branca, vermelha e amarelo-dourada, que simbolizam a reparação das “espadas”. A rosa branca significa o espírito de oração com o qual devemos pedir a reparação das vocações traídas, pelas vocações sacerdotais e religiosas. “O brilho da rosa vermelha é para lembrar o espírito de sacrifício, para reparar os pecados mortais cometidos pelas almas consagradas a Deus e mostrar a misericórdia do Senhor que deseja reavivar a chama do amor nos corações”7. A rosa amarelo-ouro significa o espírito da penitência em favor do clero, em reparação ao espírito de traição de Judas.
Assim, Nossa Senhora Rosa Mística é a Mãe de Deus, a Mãe da Graça e a Mãe do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja! Como nos indicou a Rosa Mística, desde a sua primeira aparição, nos coloquemos em “oração, sacrifício e penitência” pelas almas consagradas ao Senhor, especialmente pelos sacerdotes, que são os filhos prediletos da Virgem Maria. Transformemos em lindas rosas as espadas que, pela infidelidade dos servos e servas de Deus, foram cravadas em seu coração de Mãe. Rezemos, de modo especial, o Rosário Mariano, como recomendou a Mãe da Igreja à irmã Pierina para dizer a todos nós: “diga a meus filhos que rezem o santo terço”8. Nossa Senhora Rosa Mística, rogai por nós!
Referências:
1 Cf. Lc 1, 26-38.
2 Lc 1, 38b.
3 A aceitação amorosa, o faça-se (do latim fiat), da Virgem Maria ao sacrifício de seu Filho Jesus Cristo no Calvário. Cf. Jo 19, 25-27.
4 O acolhimento sem reservas, o faça-se (do latim fiat), da Virgem Maria à vontade do Altíssimo, ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. Cf. Lc 1, 38.
5 VENTURA, Gregório. Rosa Mística: o jardim celestial perfeito. São Paulo: Palavra & Prece, 2013, p. 97-98.
6 PARÓQUIA ROSA MÍSTICA. História da Rosa Mística.
7 VENTURA, Gregório. Op. cit., p. 101.
8 Idem, p. 100.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Qual a origem da festa de Corpus Christi?

eucharist_in_monstranceA Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de Mont Cornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.
Aconteceu que quando o padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos.
Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia. Muitos se converteram e todo o mundo católico.
Eucaristia: Presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados
Todos os católicos reconhecem o valor da Eucaristia. Podemos encontrar vários testemunhos da crença da real presença de Jesus no pão e vinho consagrados na missa desde os primórdios da Igreja.
Mas, certa vez, no século VIII, na freguesia de Lanciano (Itália), um dos monges de São Basílio foi tomado de grande descrença e duvidou da presença de Cristo na Eucaristia. Para seu espanto, e para benefício de toda a humanidade, na mesma hora a Hóstia consagrada transformou-se em carne e o Vinho consagrado transformou-se em sangue. Esse milagre tornou-se objeto de muitas pesquisas e estudos nos séculos seguintes, mas o estudo mais sério foi feito em nossa era, entre 1970/71 e revelou ao mundo resultados impressionantes:
A Carne e o Sangue continuam frescos e incorruptos, como se tivessem sido recolhidos no presente dia, apesar dos doze séculos transcorridos.
O Sangue encontra-se coagulado externamente em cinco partes; internamente o sangue continua líquido.
Cada porção coagulada de sangue possui tamanhos diferentes, mas todas possuem exatamente o mesmo peso, não importando se pesadas juntas, combinadas ou separadas.
São Carne e Sangue humanos, ambos do grupo sanguíneo AB, raro na população do mundo, mas característico de 95% dos judeus.
Todas as células e glóbulos continuam vivos.
A carne pertence ao miocárdio, que se encontra no coração (e o coração sempre foi símbolo de amor!).
Mesmo com esse milagre, entre os séculos IX e XIII surgiram grandes controvérsias sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; alguns afirmavam que a ceia se tratava apenas de um memorial que simbolizava a presença de Cristo. Foi somente em junho de 1246 que a festa de Corpus Christi foi instituída, após vários apelos de Santa Juliana que tinha visões que solicitavam a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Em outubro de 1264 o papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja. Nessa festa, o maior dos sacramentos deixados à Igreja mostra a sua realidade: a Redenção.cpasegredodasagradaeucaristia
A Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de Jesus por nós. Mesmo separando seu Corpo e seu Sangue, Jesus se conserva por inteiro em cada uma das espécies. É pela Eucaristia, especialmente pelo Pão, sinal do alimento que fortifica a alma, que tomamos parte na vida divina, nos unindo a Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida divina aqui na terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu, quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
O centro da missa será sempre a Eucaristia e, por ela, o melhor e o mais eficaz meio de participação no divino ofício. Aumentando a nossa devoção ao Corpo e Sangue de Jesus, como ele próprio estabeleceu, alcançaremos mais facilmente os frutos da Redenção!
Prof. Felipe Aquino

domingo, 25 de janeiro de 2015

O Tratado da Verdadeira Devoção, grande legado de São Luís Maria para a Igreja.
Consagração segundo o Tratado da Verdadeira Devoção, de São Luís MariaO “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem” é uma obra de São Luís Maria Grignion de Montfort (☆1673 – ✝1716), escrita por ele pouco antes de sua morte. O livro nos fala da devoção a Nossa Senhora e da necessidade da consagração a Ela. Além disso, o Tratado nos dá um método simples e eficaz de consagração, de nos entregar inteiramente a Maria.
O manuscrito do Tratado ficou perdido durante 130 anos, de 1712 a 1842, quando foi encontrado em uma caixa por um padre da congregação fundada por Montfort. Isto foi predito pelo Santo em seu Escrito: “Prevejo que muitos animais frementes virão em fúria para rasgar com seus dentes diabólicos este pequeno escrito […] Ou pelo menos procurarão envolver este livrinho nas trevas e no silêncio duma arca, a fim de que não apareça” (TVD 114).
A finalidade deste livro, segundo São Luís Maria, é mostrar como Maria Santíssima ainda é desconhecida, o que é uma das razões de Jesus Cristo não ser conhecido como deve ser. O Tratado nos leva ao conhecimento do Reino da Virgem Maria e ao conhecimento do Reino de Cristo. São Luís também diz que Jesus veio ao mundo por Maria e por Ela deve voltar no fim dos tempos: “Ela deu Jesus Cristo ao mundo a primeira vez, a há de fazê-lo resplandecer também na segunda vez” (TVD 13).
O Tratado foi promulgado pelo Papa Pio IX em 12 de maio de 1853, em Roma. Através de um decreto, os escritos de São Luís foram declarados isentos de qualquer erro que pudesse ser obstáculo para a sua beatificação. Além disso, muitos outros papas aprovaram o Tratado e concederam indulgências a quem se consagrasse pelo método de Grignion de Montfort. Dentre eles, talvez o mais célebre e conhecido seja o saudoso Papa João Paulo II, que conheceu o Tratado já na sua infância e particularmente consagrou-se a Maria segundo o Tratado.
Não nos enganemos pelo tamanho e pela simplicidade deste pequeno Livro, pois ele foi de grande auxílio para muitos cristãos em tempos difíceis. O Tratado e a consagração a Virgem Maria, segundo o método de Montfort, foram vias de santificação para numerosos homens de mulheres, do século XVIII até os nossos dias. Considerando a importância da consagração a Nossa Senhora na vida dos fiéis, recomendamos a leitura do Tratado, a preparação e a consagração total a Santíssima Virgem.